quinta-feira, 18 de novembro de 2010

Os justos e as afliçoes


"E eu lhe mostrarei quanto deve padecer pelo meu nome" - Atos 9:16.


por Vilson Ferro Martins - www.vozdotrono.com.br

Se sou do Senhor, por que sofro?

Em algum momento da vida todo cristão ou faz esta pergunta ou pelo menos pensa a respeito, afinal, o evangelho que lhe foi apresentado ou afirma o contrário ou omite esta importante faceta do cristianismo.

Fato é que ao tornamos cristãos nos casamos com o sofrimento - se é que assim podemos definir - e para tal casamento não há divórcio. É certo que muitos não vão concordar mas... paciência - é uma instrução claramente, enfaticamente e abundantemente ensinada nas Escrituras!

E por que não pode haver divórcio?

Porque Cristo é nosso maior exemplo: "Ainda que era Filho, aprendeu a obediência, por aquilo que padeceu" (Hebreus 5:8). Ora, Jesus não somente sofreu como ainda sofre por Seus irmãos.

Alguém pode dizer: Mas você está falando de Jesus Cristo, o filho do Deus vivo! Pois bem, então vejamos o que Davi disse em sua oração ao Senhor: "Antes de ser afligido andava errado; mas agora tenho guardado a tua palavra" (Salmo 119-67). Ele reconheceu que a aflição o ajudou a encontrar o caminho certo!

Verdadeiramente Ele é o "Emanuel" - Deus conosco. Ele não pode ser o "Deus conosco" e ao mesmo tempo permanecer alheio ao nosso sofrimento! Assim, Ele sofre juntamente com Seus irmãos, quando estes por razões que culminam em defender a fé os levam ao sofrimento, perseguições, tribulações. É falta de maturidade cristã pensar que Deus não se importa conosco!

Outro texto reflete Sua excelente companhia para com os Seus seguidores: "Eis que estou convosco todos os dias, até a consumação do século" (Mateus 28:20). A compaixão do Senhor, a empatia dEle para conosco é surpreendente, pois, ela extrapola em ação ao povo escolhido. Vai muito além! Ela alcança os órfãos, as viúvas, os famintos, os pobres, os presos, os enfermos... (Mateus 25:34-40).

Como disse John Stott: "No mundo real da dor, como se pode adorar um Deus que seja imune a ela?" Seria muita incoerência, não é mesmo?

Deus não está alheio a dor e o sofrimento de Seus filhos e filhas, todavia, Ele usa-os como meios de lapidação e glorificação.

Em nosso tempo somos apresentados ao sofrimento de forma poética. É o ferreiro que trabalha o ferro até transformá-lo numa espada... É o ourives que trabalha a prata até que se torne isenta de impurezas... Tudo isso é muito bonito, mas é preciso descer da esfera da poesia para o solo da realidade.

"Conforto e luxo, tais como a nossa afluência hoje nos traz, não levam à maturidade; dureza e luta, sim... onde Deus os colocou produziram uma virilidade de caráter, inviolável e inquebrantável, erguendo-se acima de desânimos e temores, para os quais os verdadeiros precedentes e modelos são homens como Moisés e Neemias, Pedro após o pentecostes, o apóstolo Paulo" (J.I.Packer). Quem serviria de modelo para nós hoje? Estaremos em dificuldades se não atentarmos para os modelos bíblicos, não é mesmo?

Fechando esta pequena meditação com as palavras de George Whitefield: "Ministros nunca escrevem ou pregam tão bem como quando debaixo da cruz; o Espírito de Cristo e de glória paira então sobre eles. Foi isto sem dúvida que fez dos puritanos... as lâmpadas ardentes e brilhantes. Quando expulsos pelo sombrio Ato Bartolomeu (a Ato de Uniformidade de 1662) e removidos dos seus respectivos cargos para irem pregar em celeiros e nos campos, nas rodovias e sebes, eles escreveram e pregaram como homens de autoridade. Embora mortos, pelos seus escritos eles ainda falam; uma unção peculiar lhes atente nesta hora". Homens que não se permitiram vencer por tribulações e desânimos, entretanto, em meio a tribulações e desânimos cresceram buscando a excelência da estatura de varão perfeito.

Uma excelente lição para todos nós!

Quem estiver interessado em perscrutar mais a respeito, leia as seguintes referências bíblicas:

(Hebreus 2:10 - Tiago 2:1-4 - João 12:23-26 ; 32-33 - Efésios 2:1,13 - 2 Timóteo 2:8-10)

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